Fim da tolerância: uma nova era para usuários do HBO Max
A Warner Bros. Discovery anunciou que o HBO Max dará início a uma repressão “muito mais agressiva” ao compartilhamento de senhas a partir de setembro de 2025. A confirmação veio do chefe de streaming e jogos da empresa, JB Perrette, durante a divulgação dos resultados do segundo trimestre. A medida segue os passos de plataformas concorrentes como Netflix e Disney+, marcando uma mudança radical em relação às campanhas anteriores que até incentivavam o compartilhamento de contas.
O objetivo agora é eliminar brechas, aumentar a base de assinantes pagantes e impulsionar os lucros. Contudo, os efeitos positivos da mudança só devem ser sentidos a partir de 2026.
Uma plataforma de peso, mas decisões impopulares
HBO Max é, atualmente, uma das plataformas de streaming mais bem avaliadas, com produções de destaque como The Last of Us, The White Lotus, Euphoria e Peacemaker. Além disso, o serviço oferece um vasto acervo de filmes clássicos e séries renomadas, atualizado mensalmente.
No entanto, a decisão de dificultar o compartilhamento de senhas vem gerando reações negativas, especialmente em um cenário onde o custo dos serviços de streaming está cada vez mais alto e o acesso para grupos familiares se torna mais limitado — principalmente considerando que o HBO Max não oferece um plano familiar.
Reações imediatas nas redes sociais
Nas redes sociais, como o X (antigo Twitter), os assinantes já manifestam descontentamento. “É uma maneira rápida de perder assinantes”, afirmou um usuário. Outro ironizou: “Na época da Netflix, a gente trocava senhas como se fossem cartas Pokémon. Agora eles querem um teste de DNA para eu assistir Euphoria?”.
Alguns ainda associam o anúncio à recente remoção de todo o conteúdo do Cartoon Network da plataforma. Embora parte do catálogo ainda esteja disponível no Hulu nos Estados Unidos e no Stan na Austrália, a percepção geral é de que o HBO Max tem acumulado decisões impopulares.
Como funcionará a nova abordagem
Segundo Perrette, a empresa realizou testes extensivos para identificar quem são os usuários legítimos. A partir de setembro, o tom da comunicação será mais firme, saindo de uma abordagem opcional para uma que exija ações concretas dos usuários. “Estamos ajustando a linguagem das mensagens para que as pessoas precisem agir, em vez de tratar como algo voluntário”, explicou.
O executivo afirmou que, uma vez implementadas todas as mudanças, os benefícios começarão a surgir no quarto trimestre de 2025, com impacto maior em 2026.
Taxa de compartilhamento: alternativa oficial com custo
Em paralelo à repressão, o HBO Max passará a oferecer uma opção de compartilhamento pago. Com uma taxa mensal de US$ 7,99, os usuários poderão adicionar uma pessoa extra à conta, com direito a login, senha e perfil próprios. No entanto, será possível adicionar apenas uma pessoa por conta.
Vale destacar que o plano básico com anúncios custa US$ 9,99 mensais. Por isso, a taxa de compartilhamento oferece uma economia para quem deseja acessar conteúdos do plano Premium — que inclui streaming em 4K e custa US$ 20,99 por mês.
Tecnologia contra abusos: IP, dispositivos e atividade de uso
Conforme divulgado pelo MacRumors, o HBO Max utilizará informações como IP, ID do dispositivo e atividades da conta para identificar usos em domicílios diferentes. Com isso, a repressão ao compartilhamento fora da residência principal será facilitada.
A Warner Bros. Discovery acredita que essa estratégia impulsionará o crescimento da base de assinantes — como ocorreu com a Netflix, que reportou aumento após implementar medidas similares. “A Netflix teve sucesso ao adotar essa abordagem. Vamos seguir o mesmo caminho ao longo de 2025”, disse Perrette.
Olhos no futuro: expansão com franquias consagradas
Apesar das críticas, a empresa mantém o foco em fortalecer seu catálogo com grandes franquias. David M. Zaslav, CEO da WBD, destacou durante a conferência que o estúdio possui propriedades intelectuais com forte apelo global, como Batman, Superman, Mulher-Maravilha, O Senhor dos Anéis e Harry Potter, além de sucessos cult como Gremlins, Os Goonies, Practical Magic e O Fugitivo.
A expectativa da companhia é alcançar 150 milhões de assinantes até 2026 — uma meta ambiciosa diante das novas restrições. Porém, resta saber se o público está disposto a pagar mais ou se buscará alternativas gratuitas ou até a velha TV a cabo.
No fim, o HBO Max aposta que a força do seu conteúdo será suficiente para superar a insatisfação dos usuários. Mas o caminho até lá pode ser turbulento.